Redator e um dos
principais responsáveis pela criação da Lei da Ficha Limpa, o ex-juiz de
Direito e advogado Márlon Reis, de 47 anos, reúne no próximo dia 24 de
novembro, em Palmas (TO), representantes de vários segmentos da sociedade civil
como produtores rurais, trabalhadores, membros de comunidades indígenas,
quilombolas, ativistas de diversos movimentos sociais, profissionais liberais,
servidores públicos e líderes políticos locais e nacionais para lançamento de
sua pré-candidatura ao governo do Estado do Tocantins.
A porta-voz
da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, e o governador do Maranhão, Flávio
Dino (PCdoB), confirmaram presença, juntamente com o senador Randolfe Rodrigues
e os deputados federais Alessandro Molon e Miro Teixeira, todos da Rede. O
jurista Luiz Flávio Gomes, reconhecido nacionalmente por sua atuação na rede de
ensino LFG, também participará do encontro.
Eles participarão do
“Diálogos pelo Tocantins”, iniciativa da Rede que tem como lema “Ouvir o que o
Tocantins tem a dizer e falar o que o Tocantins precisa ouvir”. Trata-se de um
debate diferente sobre os problemas, dificuldades e discussão sobre soluções
para o Estado. “Diferente de como sempre foi feito no Tocantins, não haverá,
por exemplo, divisão de palcos de autoridades e público. Não será o tradicional
modelo de as autoridades falam e o público ouve, fica calado e vai embora.
Todos estaremos lado a lado e vamos interagir, discutir, avaliar os problemas,
que são muitos, e as soluções”, afirmou Márlon Reis.
Tocantinense de Pedro
Afonso, na região centro-norte do Estado, Márlon Reis pediu exoneração do cargo
de juiz de Direito no Maranhão no ano passado e passou a se dedicar à
advocacia. Paralelamente a isso, sempre presente no Tocantins, decidiu aceitar
o apelo de vários setores da sociedade para pleitear o cargo de governador do
Estado. “Essa decisão reflete meu desejo de contribuir para uma mudança
substancial e positiva na vida do povo do estado onde nasci. Aqui estão minhas
raízes, minha família, tudo que está na base da minha formação”.
NO TOCANTINS
Márlon Reis tem percorrido
o Estado dialogando com moradores, estudantes e demais membros da sociedade. “O
que temos visto, que nos orgulha e nos dá mais ânimo e responsabilidade é que
as nossas propostas e o nosso nome têm tido receptividade enormes. Ouço muito
das pessoas sobre falta de boas opções para se votar e que nos últimos anos a
maioria votou em um ou outro na condição de ‘menos pior’ e não, como deve ser,
escolher alguém em que seja sério e confie em sua história de ética e propostas
reais e amparadas por um mínimo de planejamento”, disse.
Nos contatos com a
população, Márlon Reis tem recebido muitas queixas em relação a má gestão e
corrupção no Estado. “São os principais problemas que afetam diretamente a vida
das pessoas. Imagine um Estado de quase 30 anos, 29 para ser mais exato, ter
tido apenas três governadores eleitos pelo povo. E com resultados que estão aí:
uma crise sem precedentes, quase semelhante ao caos que acompanhamos no Rio de
Janeiro”, afirmou.
PERFIL
Em razão da profissão do
pai, o bancário Dourival Alves dos Reis, o tocantinense Márlon Reis foi
obrigado a mudar de cidade várias vezes, acompanhado da mãe, dona Arlete
Jacinto Reis, e dos irmãos. Foi feirante. E, em 1993, formou-se em Direito pela
Universidade Federal do Maranhão, em 1993. Quatro anos depois, foi aprovado em
terceiro lugar em concurso para se tornar juiz de direto no Maranhão, onde
trabalhou Passagem Franca, Riachão, Olho d’Água das Cunhãs, Alto Parnaíba,
Itapecuru-Mirim e João Lisboa. Mesmo com os compromissos de trabalho, sempre
esteve no Tocantins.
Doutor em Sociologia
Jurídica e Instituições Políticas pela Universidad de Zaragoza (Espanha),
Márlon Reis atuou como juiz de Direito no Maranhão por duas décadas. É,
atualmente, advogado, com atuação destacada em Direito Eleitoral em tribunais
superiores. Redator do projeto, foi um dos principais responsáveis pela Lei da
Ficha Limpa, que já impediu 1,3 mil candidatos de assumirem funções por terem
sido condenados em tribunais. A lei foi originada de projeto de iniciativa
popular com adesão de 1,6 milhão de assinaturas e que teve Márlon Reis como um
dos mobilizadores.
COMBATE À CORRUPÇÃO
Já como juiz, Márlon Reis
fundou em 2002 o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que reúne
atualmente mais de 60 entidades e organizações sociais de todo o Brasil. Foi
agraciado com o prêmio Innovare – O Judiciário do Século XXI, concedido pela
Fundação Getúlio Vargas, Ministério da Justiça e Associação dos Magistrados
Brasileiros. Este é o principal prêmio da magistratura brasileira.
Ele foi designado em 2008
para ser juiz auxiliar da presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Na
função, coordenou 1.500 audiências públicas em todo o território nacional da
chamada “Campanha Eleições Limpas”. No ano seguinte, foi eleito pela Revista
Época um dos 100 brasileiros mais influentes. Já em 2012, representou o Brasil
no “Draper Hills Summer Fellows”,encontro mundial sobre cidadania, direitos
humanos e mobilização social, no estado da Califórnia, EUA, a convite da
Universidade de Stanford. Ele foi o único brasileiro selecionado para o evento
entre 460 líderes.
DOADORES DE CAMPANHA
Outra iniciativa do tocantinense
Márlon Reis com repercussão nacional ocorreu nas eleições municipais de 2012.
Ele foi o primeiro juiz a exigir que os candidatos divulgassem antecipadamente
os nomes dos doadores de suas campanhas. A medida de Márlon Reis foi adotada
pela ministra Cármem Lúcia, na época presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e se tornou determinação nacional. A medida possibilitava o eleitor a
saber, em meio às campanhas eleitorais, quais eram os financiadores dos
candidatos. Por esta iniciativa, Márlon Reis ganhou, em 2012, o Prêmio UNODC,
concedido pelo Escritório da Organização das Nações Unidas contra as Drogas e o
Crime. Nas próximas eleições as doações empresariais estão proibidas.
Informações: https://redesustentabilidade.org.br/