A urna eletrônica foi lançada em 1996 para contabilizar os votos
de milhões de eleitores com mais rapidez e segurança. Dezoito anos depois, o
Brasil comemora o sucesso do sistema, que não teve nenhuma suspeita de fraude
confirmada e acabou replicado em diversos países.
As eleições passaram a ser totalmente informatizadas em 2000 e
desde então o desenho original da urna já passou por várias
atualizações. Tanto o hardware como os diversos programas que
integram o sistema eletrônico de votação foram concebidos e construídos sob
orientação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O resultado das eleições presidenciais de 2010 foi divulgado às
20h04, registrando um novo recorde mundial na apuração da votação.
Em 2009, o tribunal convidou mais de 30 especialistas em
tecnologia da informação a participar de testes públicos de segurança da urna
eletrônica. Após quatro dias de tentativa, nenhum deles conseguiu invadir o
sistema ou burlar os dados. Em novos testes públicos, em 2012, uma equipe da
Universidade de Brasília (UnB). Conseguiu "desembaralhar" a ordem dos
votos registrados pela urna, mas não chegou a identificar os eleitores.
A tecnologia brasileira foi adotada no Equador, Paraguai, Argentina,
Costa Rica e República Dominicana. Nos Estados Unidos, México e Canadá, é usada
a urna eletrônica, mas em alguns estados e províncias leis exigem o voto
impresso conferido pelo eleitor.
Para o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino,
a informatização do voto no país é "um projeto de sucesso”
principalmente pelo comprometimento da Justiça Eleitoral com a melhoria
contínua e com a resposta a qualquer tipo de risco. Ele entende que
“sempre há espaço para avançar”, mas que isso deve ser feito com cautela, pois
as melhorias têm de ser inseridas de acordo com critérios de segurança e com a
cultura adquirida pelo cidadão brasileiro.
Como funciona
A urna eletrônica é um microcomputador de uso específico para
eleições, resistente, de pequenas dimensões, leve, com autonomia de energia e
com recursos de segurança.
Dois terminais compõem a urna eletrônica: o do mesário, onde o
eleitor é identificado e autorizado a votar; e o do eleitor, onde é registrado
numericamente o voto.
O software da
urna é composto de uma versão do sistema Linux, criada por uma empresa
autorizada. Por meio de programas de computador, as regras do sistema eleitoral
são traduzidos a linguagem informática (código-fonte).
Seis meses antes das eleições o código é liberado para que os
partidos políticos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério
Público possam verificar o sistema em busca de falhas. Representantes desses
órgãos assinam digitalmente os programas compilados, testados e assinados pelo
TSE.
As versões finais dos sistemas eleitorais são gravadas em mídia
não regravável, lacradas fisicamente e armazenadas na sala-cofre do
tribunal. Antes da votação, são carregados na urna os dados da zona e da
sessão eleitoral, além dos dados dos candidatos.
Após o encerramento da votação, são gravados o boletim de urna,
o registro digital do voto, os eleitores faltosos, as justificativas eleitorais
e o registro de eventos. Todos os arquivos são assinados digitalmente. O
boletim de urna e o registro digital do voto, além de assinados, são
criptografados.
Ordem dos candidatos
Em maio foi sancionada a Lei 12.976/2014, que redefiniu a
ordem dos cargos eletivos nas urnas eletrônicas. Em 5 de outubro, as opções do
eleitor serão feitas assim: deputado federal, deputado estadual ou distrital,
senador, governador e vice-governador de estado ou do Distrito Federal,
presidente e vice-presidente da República.
Nas eleições municipais, em 2016, aparecerão na sequência:
vereador, prefeito e vice-prefeito.
Na prática, volta a ser adotada a ordem usada desde a
implantação da urna eletrônica até 2006, que havia sido alterada pelo TSE nas
eleições de 2010.
Como votar
Votar na urna eletrônica é muito simples. Bastar digitar o
número do candidato e conferir na tela se a foto, o nome e a sigla do partido
estão corretos. Em seguida, é só apertar a tecla verde “CONFIRMA”. No caso de
algum erro, o eleitor deve apertar a tecla laranja “CORRIGE” e começar
novamente.
Para cada candidato, o eleitor deve repetir o procedimento. O
eleitor pode levar os números anotados ou impressos num pedaço de papel.
Se a opção for votar em branco, deve-se pressionar a tecla
“BRANCO” e depois apertar em “CONFIRMAR”. Se for votar nulo, é preciso
digitar um número inexistente de candidato ou partido e, em seguida, apertar o
botão “CONFIRMAR”.
A urna eletrônica avisa quando a votação termina: o eleitor
escuta um som mais alto e aparece na tela a palavra “FIM”.
Quem quiser treinar o uso da urna eletrônica também pode acessar
o simulador de votação no site do TSE com um programa que reproduz a ordem
de exibição dos candidatos.
Fonte:
Agência Senado