Os ministros de Finanças da eurozona deram na madrugada desta segunda-feira (25) o sinal verde para o acordo alcançado entre o presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o resgate financeiro da ilha mediterrânea. "Temos um acordo que é do interesse do povo cipriota e da União Europeia", disse Anastasiades à imprensa ao término da reunião, quando deixou o edifício do Conselho Europeu.
Anastasiades negociou durante mais de 12 horas com os presidentes da Comissão, José Manuel Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, por um lado, e por outro com o FMI e o Banco Central Europeu (BCE). O governo cipriota deve fornecer 5,8 bilhões de euros para o resgate de até 10 bilhões que a eurozona e o Fundo Monetário Internacional (FMI) vão conceder ao país mediterrâneo.
Fontes da UE afirmaram que, segundo o acordo alcançado, o maior banco da ilha, o Banco do Chipre, está a salvo da falência, enquanto a segunda maior entidade financeira, o Laiki Bank, será fechada e os grandes depositantes sofrerão fortes perdas, assim como os títulos das senior notes. A dívida do Laiki soma, com o mecanismo de Assistência de Liquidez de Emergência (ELA) do BCE, quase 9,5 bilhões de euros.
"É um bom acordo e é conclusivo", disse o ministro de Economia da Espanha, Luis De Guindos, no final da reunião e afirmou que "é bom para o Chipre e bom para o conjunto da união" monetária. O acordo, segundo De Guindos, "acaba com todas as dúvidas e garante os depósitos inferiores a 100 mil euros. Estabelece condições adequadas do ponto de vista do tratamento da economia cipriota e demonstra que quando queremos, somos capazes de um acordo". O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse que se sente "aliviado" com o acordo. Schäuble pediu "realismo" ao Chipre na sua chegada à reunião e salientou que o acordo não dependia do Eurogrupo, mas do país mediterrâneo.
AS
Fonte: revistaepoca.globo.com