A Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB) deu início a um projeto ousado que representará mais um passo em
direção à boa prestação de serviço à sociedade paraibana, bem como a
confirmação de sua capacidade de inovação e desenvolvimento. Foram iniciadas as
obras para a construção da estação piloto de tratamento de água (ETA) que terá
como objetivo desenvolver pesquisas voltadas à análise sobre a qualidade da
água da região da Borborema. A iniciativa é fruto de uma parceria institucional
entre a UEPB e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
A construção da ETA é a
segunda parte do projeto que foi iniciado há quase dois anos e que vem sendo
desenvolvido a partir de estudos voltados à qualidade da água nas estações de
tratamento existentes nas cidades de Esperança, Areia, Bananeiras, Lagoa Nova,
Ingá, Itatuba e Campina Grande. A partir da consolidação desse novo espaço
serão realizados estudos para o desenvolvimento de técnicas de tratamento de
baixo custo para remover microrganismos patogênicos que são persistentes ao
tratamento convencional.
“A estação piloto de
tratamento de água tem a função de avaliar a qualidade da água. Então teremos o
tratamento convencional que consiste com a coagulação, floculação, decantação e
filtração, mas, dependendo do resultado dessa avaliação, quanto menor for essa
qualidade maior vai ser a questão do tratamento. A partir dessas análises
definiremos quais serão as técnicas de tratamento mais adequadas em função da
qualidade da água”, explicou Weruska Brasleiro, professora do Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental da UEPB, apontando a diferença que essa
averiguação poderá determinar ao final das análises.
“Hoje temos concepções de
tratamento em função da vazão da água. Agora a gente quer mostrar que a
qualidade é quem define essa função. Vamos implementar vários tipos de técnicas
de tratamento e, dependendo dos resultados, vamos definir qual a técnica de
melhor custo-benefício para atender aos padrões de qualidade”, acrescentou
Weruska.
Ao todo, R$ 600 mil estão
sendo investidos nesse projeto. O recurso vem sendo aplicado desde as análises
das águas nas ETAs citadas anteriormente. A contrapartida da UEPB está fixada
em um valor de R$ 20 mil, aplicados diretamente na construção da estação que
ficará localizada ao lado do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), no Câmpus
de Bodocongó. A continuidade desse projeto foi proposta pela Funasa, uma vez
que, segundo a professora Weruska, o espaço terá condições de oferecer um
serviço que até então é inédito nas regiões do Norte e Nordeste brasileiro.
“Hoje as nossas águas
superficiais estão mais comprometidas devido ao lançamento de muitos efluentes
industriais que têm uma toxidade muito grande, devido aos esgotos domésticos
que não são tratados na maioria das cidades. Então, isso compromete a qualidade
da água, já que o tratamento convencional não é mais suficiente. Esse estudo
financiado pela Funasa é pioneiro, porque vai poder definir quais técnicas são
mais adequadas para termos um tratamento mais eficaz”, disse.
Obras serão concluídas até
o final do ano
Com as primeiras
atividades já em desenvolvimento no canteiro de obras, o cronograma de serviço
aponta para que até o final do mês de dezembro a estação de tratamento de água
(ETA) da UEPB já deve estar em funcionamento. Segundo explicou o professor Willian
de Paiva, engenheiro civil responsável pelo projeto, a parte que demanda maior
tempo é a de fundação e preparação da base, uma vez que a estrutura do local
será montada a partir da sustentação de materiais metálicos e em fibra de
carbono.
Ele afirmou que a ETA terá
dois tanques de armazenamento de 10 mil litros cada um, além de uma plataforma
de concreto, escada e laboratório, em uma área total de 180 metros quadrados.
“Temos oito homens trabalhando nessa preparação de base e também para a
montagem da estação. A fundação é o que demanda mais tempo, uma vez que quando
todo o espaço estiver pronto, traremos os equipamentos para o laboratório e
faremos a montagem dos tanques que são confeccionados em fibra de carbono”,
disse o professor, acrescentando a participação na obra da arquiteta Luína
Alves Marinho e do mestre de obras Anilson Batista Araújo.
A consolidação desse
projeto oferecerá, além de um padrão de potabilidade para qualquer empresa que
se disponha em analisar a água, também a prestação do serviço de avaliação de
protozoários existentes na água. Medidas que possibilitarão que toda água
averiguada pela estação de tratamento tenha condições de ser consumida dentro
das atividades realizadas no Câmpus de Campina Grande.
“Vamos produzir uma água
que atenda aos padrões de potabilidade e essa água vai atender as atividades
feitas no nosso Câmpus. A ideia do reitor Rangel Junior é aproveitar essa água
para o consumo, uma vez que estaremos produzindo algo de excelente qualidade”,
destacou a professora Weruska Brasileiro.
Texto e fotos: Givaldo
Cavalcanti
Informações: http://www.uepb.edu.br/