Na PB, grupo joga esterco em Câmara de Vereadores após reajuste de 26%
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Josusmar Barbosa/Jornal da Paraíba
Manifestantes
reclamam após vereadores aumentarem os próprios salários. Foram usados 100 kg
de esterco em protesto no prédio, diz organização.
Um grupo de pelo menos
oito pessoas jogou esterco no hall da Câmara de Vereadores de Campina
Grande, no Agreste paraibano, na manhã desta quinta-feira (15). O esterco foi
espalhado também pela rampa de acesso ao prédio e fez parte de um protesto
contra um
reajuste de 26% e 13º salário aprovados na quarta-feira (14) pelos Vereadores
para os próprios subsídios, a partir de janeiro de 2017. Segundo os
manifestantes, foram usados 100 kg de esterco no protesto.
O grupo entrou nas
galerias do prédio e houve discussão com o presidente da Câmara. A polícia
acompanhou o protesto. O presidente da Câmara, o vereador Pimentel Filho
(PSD) disse que vai acionar a Justiça. “Depredar patrimônio público é crime,
vou entrar com uma queixa crime sobre isso”, disse, defendendo que “o cidadão
tem que responder pelos seus atos”.
Um dos participantes do
protesto, Luis Felipe Nunes, reclama da atitude dos vereadores. “Eles ganham
mais de dez vezes o que ganha um trabalhador, eles precisam respeitar o voto
que receberam na rua”, justifica.
A câmara aprovou dois
projetos de lei que estabelecem reajuste de 26% e implantação de 13º salário
para os vereadores, prefeito, vice-prefeito, secretários e secretários
adjuntos da cidade.
Com a aprovação, o subsídio
do prefeito Romero Rodrigues (PSDB) subiria para R$ 22.700. Atualmente a
remuneração base dele é de R$ 20 mil. Entretanto, em agosto de 2015, o
prefeito determinou a redução de 40% do próprio salário e passou a receber R$
12 mil.
Em resposta à decisão da
Câmara de Vereadores, Romero Rodrigues disse que vai vetar o reajuste dele e do
vice, mantendo a decisão de reduzir seu salário. Em respeito à autonomia da
câmara, no entanto, ele disse que vai sancionar a decisão sobre os salários do
legislativo.
Foto: Gustavo Xavier/G1
Com a mudança, os
subsídios dos vereadores sobem de R$ 12.025 para R$ 15.193, o que representa um
aumento de 26,3%. Já o futuro presidente da Câmara de Vereadores passa a
ganhar R$ 22.700. Todos também devem receber 13º salário proporcional ao tempo
em que estiverem no cargo, em cada ano, tendo como base de cálculo o salário já
reajustado.
Já o salário do futuro
vice-prefeito Enivaldo Ribeiro (PP) e dos secretários que eram de R$ 11,2 mil
passariam para R$ 15 mil. Todos também deveriam receber 13º salário, a partir
de 2017. Além do aumento e da implantação do 13º, outro detalhe nos
projetos é que os gestores vão pode até solicitar a antecipação de 13º salário
de cada ano, já a partir do mês de junho.
Em defesa dos vereadores
Sobre as leis aprovadas concedendo reajuste aos vereadores, o presidente da câmara Pimentel Filho defende que foi obedecida a constituição, que estabelece que os reajustes precisam ser votados na gestão anterior. “Não é um salário, é um subsídio que precisa ser aprovado no ano anterior. Várias outras câmaras do Brasil estabeleceram o 13º, não é ilegal, mas se for revogar, tem que revogar de todos”, avalia.
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Gustavo Xavier/G1