Luciano
Bezerra faz análise de eleições, polêmicas na Câmara e futuro político
Fotos: Janielson Santos.
Vereador não reeleito para a próxima legislatura,
Luciano Bezerra (Rede), participou do programa Rádio Debate, da Radio Polo FM,
na manhã desta sexta-feira (14), fazendo uma análise do pleito do último dia 2
de outubro.
Ele falou sobre sua votação, os números para
majoritária e proporcional, pesquisas, futuro na Rede, conjunturas políticas e
polêmicas na Câmara de Vereadores envolvendo, principalmente, Junior Gomes
(PSB) e Afrânio Marques (PDT).
Entre outras coisas, Luciano não garante apoio ao
deputado estadual Diogo Moraes (PSB), em 2018 e considera que posicionamento do
presidente da Câmara, Afrânio Marques, em relação ao reajuste de salário na
Casa José Vieira de Araújo, soo como tentativa de beneficiamento eleitoral.
Confira os principais pontos:
Consciente
Após alcançar 662 votos, não obtendo êxito para a
próxima legislatura, Luciano diz entender a democracia e a escolha popular.
“Entendo que faz parte do processo
democrático e exige de quem participa, compreender os resultados das eleições,
vitória ou derrota, só existe esse dois resultados. Infelizmente, não logramos
êxito”, disse
O vereador garante que não se arrepende da forma
que trabalhou e não mudaria o formato de fazer campanha.
“Não mudaria a forma. Foi uma campanha que
colocamos conteúdo, proposta, apresentamos o trabalho que desenvolvemos.
Colocamos a cabeça no travesseiro e dormimos tranquilos, consciente que não
compramos votos, não nos beneficiamos da máquina administrativa, é apenas
compreender o resultado”, falou.
Ele diz também não creditar ou culpar o
prefeito Edson Vieira (PSDB), ou a qualquer outro fator, pelo seu insucesso nas
urnas.
“Não credito a ninguém não chegarmos.
Quando se entra numa disputa dessa, tem que ter consciência da
responsabilidade e dos resultados”, completa.
Pesquisa – “Falha na metodologia”
Quanto aos erros em pesquisas divulgadas poucos
dias das eleições, em que apontavam uma margem de quase 20% de vantagem para o
candidato Edson Vieira (PSDB), em relação ao seu principal concorrente,
Fernando Aragão (PTB), Luciano diz não acreditar em enganação, mas em erros na
metodologia.
“É evidente que o objeto, ao qual estávamos
analisando demonstra que houve uma falha na metodologia dele. Por que seria
impossível, nós termos um resultado com um percentual tão grande às vésperas da
eleição, e quando se abrem as urnas, ter um resultado com menos de mil votos.
Demostra que o objeto analisado, na sua metodologia, algum ponto falhou”,
disse.
Entre possíveis erros, ele acrescenta “É
necessário identificar onde foi o erro, se o eleitor votava aqui, se fez a
biometria ou outras variáveis”.
Negou fogo?
Em relação à
diferença de votos entre os candidatos a vereador da coligação ‘Mais
conquistas, mais avanços’ para o candidato majoritário, Edson Vieira (PSDB),
Luciano Bezerra diz perceber duas possibilidades. Entre elas, a de que alguns
candidatos podem não ter se engajado de uma forma contundente par o tucano.
“Pode ter acontecido, durante a campanha,
algumas pessoas da proporcional não terem se empenhando na campanha do
prefeito. Se houvesse, seria melhor a diferença. Ou o grupo adversário
conseguiu a simpatia do eleitorado, mesmo votando em vereadores do nosso lado,
mas, na majoritária escolheram Fernando Aragão”, falou.
Futuro
O vereador garante que seguirá no partido Rede
Sustentabilidade, no qual foi candidato nessas eleições. Avaliações com o
partido já estão sendo programadas a níveis municipal e estadual. Até por isso,
não garante apoio ao deputado estadual Diogo Moraes (PSB), em 2018.
“É uma conjuntura que vamos esperar,
inclusive da própria Rede, um posicionamento (do partido) no estado. Como será
sua posição em relação aos partidos que vão se colocar na disputa para o
governo do estado, para que a gente possa ter uma definição partidária. Quando
fui para Rede, disse que iria seguir a filosofia e a ideologia que a Rede
pregar durante as eleições, não só em Pernambuco, mas em todo o país”, disse.
Quanto ao grupo governista em Santa Cruz do
Capibaribe, revelou que o prefeito ainda não realizou nenhuma reunião com os
aliados, pós-eleição.
“Acredito que ele deve convocar os vereadores
eleitos e não eleitos para uma avaliação, acredito que isso é importante para
que possa medir os resultados. Tá em tempo, muito cedo, estamos a apenas 15 pós
eleições”, fala.
Polêmica na bancada e questões salariais
Luciano Bezerra ressaltou a importância do
presidente da bancada, Pipoca (PSDB), para convocar uma reunião com os
vereadores situacionistas e colocar os pingos nos ‘is’, em relação à polêmica
envolvendo os vereadores Junior Gomes (PSB) e Afrânio Marques (PDT), presidente
da Casa.
Após desentendimento em que resultou a expulsão de
Junior, do plenário, Luciano também se retirou, em sinal de reprovação ao
presidente.
“É preciso
evitar situação como a que aconteceu ontem. Situações vexatórias. Porque uma
coisa é a disputa das eleições, onde se trata de disputa de cargos, e outra é
você estar no exercício da função parlamentar, onde havia um protesto em
relação à remuneração dos vereadores, e a gente vivenciar uma situação como
aquela”, disse e completou em seguida “É preciso que o líder da bancada,
convoque os vereadores para discutir a situação. Acredito que hoje ele já tomou
conhecimento e fará essa reunião”.
No fim, ainda disse que o presidente da Câmara,
Afrânio Marques, tinha a intenção de ganhar dividendos na eleição, ao se
colocar contra o reajuste da categoria, que passou de R$ 8 mil para R$
9.800,00, a partir de 2017.
“Não só eu
tive essa percepção, como outros companheiros também tiveram”, falou.
De acordo com Luciano, faltou repassar à população
maiores informações sobre o caso. Entre elas, que o reajuste é constitucional e
que, caso não fosse aprovado o valor de 9.800,00, valeria o valor de 10 mil,
estipulado em 2010.
Em Santa Cruz do Capibaribe um grupo protestou contra
o valor, durante a sessão da quinta-feira (13).