A urina é formada nos rins onde ocorre a filtração do sangue. A partir dali, ela é conduzida por pequenos canais que a transportam até a bexiga, onde é armazenada. A urina é estéril, ou seja, não há bactérias, fungos ou qualquer outro micro-organismo.
A infecção
urinária ocorre quando alguma bactéria entra em contato com a
urina e começa a crescer lá. Isso não é muito simples, pois o sistema urinário
tem vários mecanismos de defesa, e a infecção somente ocorre quando a bactéria
supera estas defesas. As bactérias que causam infecção com maior frequência são
as que vivem no intestino e acabam entrando na bexiga através da uretra.
Algumas condições
podem predispor a infecção, como pedra nos rins, pouca ingesta de água,
períodos longos sem ir ao banheiro. Além disso, mulheres e idosos também
apresentam maior índice de infecção.
A
infecção na maioria das vezes causa sintomas como dor ao urinar, aumento da
frequência de idas ao banheiro e dor abdominal. Menos frequentemente pode causar
febre. E
algumas pessoas ela pode não causar nenhum tipo de sintoma ou então causar
sintomas inespecíficos como diminuição do apetite, cansaço ou mal estar.
Na suspeita de
infecção urinária, deve-se procurar atendimento médico. Para confirmar o quadro
de infecção, a equipe médico pode pedir exames como sedimento urinário e
urocultura com antibiograma, sendo este último o exame que vai identificar qual
bactéria causa a infecção e qual o melhor antibiótico para combatê-la. Apesar
deste exame demorar de três a cinco dias para ficar pronto, ele é essencial
principalmente para infecções de repetição ou resistentes ao tratamento
inicial.
Como o agente que
causa infecções urinárias é uma bactéria, o tratamento é sempre feito com uso
de antibióticos por via oral, por períodos que podem variar de três a sete dias
nos casos menos graves, podendo muitas vezes necessitar de antibióticos endovenosos por períodos que se
estendem até 21 dias. A ingesta de bastante líquido ajuda no tratamento,
agilizando o efeito dos antibióticos. Os sintomas da infecção começam a
melhorar em 12 a 24h após o início do tratamento e geralmente após 48h não há
mais sintomas. Atualmente algumas bactérias podem ser resistentes aos
antibióticos mais comuns, e os sintomas podem persistir após o tratamento,
nestes casos o paciente deve retornar ao médico para troca de antibiótico.
Nas pessoas que tem
poucos ou nenhum sintoma, ou então nos casos em que não procuram atendimento
médico e usam medicamentos que mascaram os sintomas, a infecção pode progredir
e sair da bexiga, subindo pelos canais que levam a urina do rim até a bexiga,
no caminho inverso, fazendo com que as bactérias cheguem até os rins.
Quando a infecção
atinge os rins, chamado de pielonefrite, o quadro é mais grave e os sintomas
mudam, podendo aparecer febre alta, dor na região lombar, vômitos e mal estar.
Como o rim recebe um fluxo de sangue, é muito grande a possibilidade das
bactérias entrarem na corrente sanguínea e causarem uma infecção generalizada,
ainda mais grave, chamada de sepse.
Além de poder se
espalhar pelo organismo, a infecção quando atinge o rim pode também causar
abcessos (bolhas de pus) nos rins e também diminuir a sua função. O tratamento
da pielonefrite necessita do uso de antibióticos endovenosos, e muitas vezes
internação. Quando há abcessos nos rins pode haver necessidade de punções ou
mesmo cirurgias para remover esse pus. Se o rim for acometido por abcessos
muito grandes ou numerosos há necessidade de retirar todo o rim para o controle
da infecção.
Desta maneira,
qualquer sintoma de infecção deve levar o paciente a procurar um médico para o
correto diagnóstico e tratamento com medicamentos adequados. O tratamento da
infecção é simples e rápido, porém se não tratada pode evoluir para infecção
nos rins (pielonefrite) que é muito mais grave, podendo levar a infecção
generalizada, abcessos renais, perda da função dos rins e quando causadas por
bactérias mais resistentes e em pacientes com imunidade reduzida (diabéticos,
idosos, etc.) pode até mesmo levar a morte.
Minha Vida
Por: Joyce Xavier.